
A pecuária é parte integrante da economia do Brasil desde antes de seu descobrimento, no século XVI. Já na era colonial, ela era uma das principais fontes de riqueza para Portugal e seu principal produto de exportação. Por meio da pecuária, pode-se entender melhor e analisar a história colonial, as condições de vida na época e as consequências econômicas deixadas, que ainda perduram hoje.
O enraizamento da pecuária
A pecuária se encontrava bem arraigada na América colonial. Criadores de gado já exploravam as florestas tropical úmidas do país há séculos, como na região amazônica e nos Pampas do Sul. Havia diversas espécies de animais silvestres naturais, como a jaguatirica, a preguiça, a raposa, o veado, a vaca-amarela, o javali-do-mato e o cavalo-selvagem. Os animais selvagens também eram caçados por padres jesuítas e pelos índios nativos por sua carne, couro, peles e até fezes.
No século XVIII, com o desenvolvimento do Brasil, colonos portugueses em busca de mais terras e oportunidades de ganhos traziam consigo o gado europeu. Isso, juntamente com o comércio de escravos indo-africanos, trouxe um perfil social notavelmente diferenciado para a economia e a pecuária.
Desenvolvimento da pecuária no Brasil colonial
Com a expansão da pecuária, tornou-se mais fácil para os colonos europeus explorar as terras do Brasil e se envolver ativamente na chamada economia extrativa, destinada à produção de alimentos para exportação. Muitas fazendas começaram a se estabelecer. Estas fazendas produziam gado, galinhas, ovelhas, cavalos, suínos e outras ovelhas. À medida que o comércio de escravos aumentou, eles também foram usados nos negócios de pecuária.
A pecuária teve um papel fundamental na economia colonial. Portanto, ela ganhou um grande impulso com as exportações ao exterior e tornou-se um meio praticado para aumentar a riqueza das províncias. Por exemplo, a partir de 1782, as exportações de gado já eram autorizadas pelo regime colonial português. Em seguida, esse comércio ganhou ainda mais escala, alcançando outros países da América do Sul.
Impacto da pecuária na sociedade
O desenvolvimento da pecuária durante o período colonial afetou a sociedade resultante. Por causa das exportações de gado, os exportadores de gado eram vistos como os principais responsáveis pelo sucesso econômico do país. Esses exportadores de gado tornaram-se um grupo de pessoas ricas e desenvolveram para si uma posição social elevada. Por outro lado, isso aumentou a desigualdade econômica, uma vez que a maioria dos outros segmentos da sociedade colonial não tinham a mesma acesso ao comércio de gado.
Além disso, a pecuária alterou também a forma como muitas províncias brasileiras foram financiadas. Para alcançar seu alvo de produção de exportação, muitos oficiais coloniais incitaram a construção de fazendas em grande escala em sua província. Isto levou o governo a financiar esses empreendimentos, o que resultou em um aumento significativo na renda dessas regiões.
Legado da pecuária colonial
A pecuária colonial afetou significativamente ás condições econômicas brasileiras em muitas frentes. O aumento da desigualdade resultante de seu desenvolvimento ainda se faz sentir nos dias de hoje. Além disso, a economia do Brasil ainda depende do gado como uma das principais fontes de renda. Graças à política econômica estabelecida durante o período colonial, a pecuária ainda é vista como um meio viável de ganhos.
A pecuária colonial no Brasil teve um impacto profundo e de alto nível na história do país. O comércio de gado gerou muitas formas de riqueza e independência e ainda está presente na economia brasileira. Isto contribui para a diversificação econômica do país e para a manutenção da riqueza nacional. Também evidenciou os diferenciais de poder econômico na sociedade colonial. Mesmo quase quatro séculos depois, o legado da pecuária colonial ainda perdura.